STF, Lula e Cesare Battisti

“Encaminho meu voto pela extradição.
Não se pode atribuir aos crimes de sangue cometidos de forma premeditada o mesmo caráter de um crime político”
Foram esta as palavras do Presidente do STF Gilmar Mendes,ao votar pela extradição de Cesare Battisti à Itália.
O ministro Tarso Genro já disse que Lula não tem prazo para decidir sobre a extradição do ex-ativista italiano.
Mas o STF também determinou o retorno de Battisti para seu país de origem por entender que ele cometeu crimes hediondo e não políticos na década de 70.
Segundo palavras do próprio Tarso,este será um juízo “solitário”e que no momento em que ele estiver decidindo não vai estar desautorizando ninguém.
Nem o Supremo nem o seu Ministro de estado.
Ele (Lula) tem que decidir em função dos interesses do país,da sua soberania e do cenário internacional.
O Ministro disse ainda que o Brasil tem “orgulho”de ser um destino de refugiados políticos que foram perseguidos no seu país de origem e por isto ele defende que Cesare Battisti fique por aqui.
Cabe-nos sim,utilizar adequadamente o instituto do asilo político,um pressuposto essencial da democracia mas infelizmente as autoridades do país,por excesso de sensibilidade em relação a pressões ideológicas de movimentos e pessoas que lhes garantem sustentação política,nem sempre tem agido com sensatez.
Basta lembrar,por exemplo o episódio dos boxeadores cubanos que abandonaram a delegação de seu país durante os Jogos Pan-Americanos de 2007.
Na ocasião também sem apreciação mais cuidadosa nosso governo optou por entregar os desertores às lideranças cubanas,e Cuba,muito mais que a Itália atual é que tem a tradição de perseguição política a dissidentes do regime.
Até quando nossos políticos tratarão este país visando apenas interesses próprios não dando a mínima para aqueles que os colocaram como seus representantes no poder?
Pois se for o caso de Battisti permanecer no Brasil,quero crer que este episódio não será esquecido tão cedo pela opinião pública italiana.