terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ver vendo




De tanto ver, a gente banaliza o olhar.
Vê...não vendo.
Experimente ver,pela primeira vez,o que você vê todo dia,sem ver.
Parece fácil,mas não é.
O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade.
O campo visual da nossa retina é como um vazio.
Você sai todos os dias pela mesma porta...
Se alguém lhe perguntar o que vê no caminho,você não sabe.
O hábito suja os olhos e baixa a voltagem.
Mas há sempre o que ver:Gente,coisas, bichos...
E vemos? Não,não vemos.
Uma criança vê o que um adulto não vê.
Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo.
O poeta é capaz de de ver pela primeira vez, o que, de tão visto,ninguém vê.
Há pai que raramente vê o próprio filho.
Marido que nunca viu a própria esposa.
Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. ...
É por aí que se instala o "monstro da indiferênça".


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